Inflação

O que os juros tem a ver com a inflação?

Publicado em 18 de agosto de 2022 na categoria Assuntos Gerais por Willian dos Reis

Quem já se deparou com a necessidade de comprar um bem durável financiado, como um veículo por exemplo, sabe bem o que é juros.

Mas o que ele tem a ver com a inflação?

Antes de mergulhar de cabeça no assunto vamos relembrar alguns conceitos.

Fazer uma compra de maneira parcelada, na prática, funciona como um empréstimo.

Isso porque o banco faz o pagamento do bem adquirido à vista ao vendedor, e o consumidor faz o pagamento de maneira parcelada ao banco.

É aí que entram os juros.

Juros é o valor que pagamos para usar o dinheiro emprestado pelo banco, que irá definir quanto irá cobrar por esse serviço de empréstimo.

Assim, quando a taxa de juros é muito alta, é possível que ao final do financiamento o montante pago chegue a dobrar ou até mesmo triplicar o valor do empréstimo.

Já a inflação, a grosso modo, indica o aumento generalizado ou contínuo dos preços de uma série de categorias de bens e serviços presentes no dia a dia das pessoas.

Em suma, se a inflação em determinado mês foi taxada em 1%, isso quer dizer que o aumento médio dos preços dessas categorias também foi de 1%.

Quem não se lembra da alta histórica no preço do arroz e do feijão, que no mês de setembro de 2020 registrou cerca de 20% e 35% respectivamente?

Já em 2022 foi a vez dos combustíveis provocarem um verdadeiro estrago nos índices de inflação e também no bolso do consumidor.

Mas o que os juros tem a ver com a inflação?

Tudo.

Vamos compreender.

Como os juros são usados para controlar a inflação?

inflação e juros altos

Quando a economia de um país está aquecida, todo mundo lucra.

Empresários vendem mais, há maior oferta de emprego e as pessoas possuem dinheiro para atender suas necessidades.

Entretanto, quando há alta na procura de produtos para compra, há o risco deles se tornarem escassos, e dessa forma, sofrerem aumento de preço resultando em inflação.

Dessa maneira, em 1979 foi criado um dos índices de inflação mais importantes do país, o IPCA.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA – mede a elevação dos custos das famílias que ganham de um a quarenta salários mínimos.

O IPCA sustenta o regime de metas para inflação do Brasil, em vigor desde 2000. Ele é considerado o índice oficial da inflação.

Mas na prática, o que isso significa, e o que ele tem a ver com os juros?

Para manter a inflação dentro dessa meta esperada, o governo se utiliza da política monetária, através da taxa básica de juros, a SELIC.

Mais uma sigla?! Calma, eu explico.

O termo SELIC é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

Todos os dias, pessoas fazem saques e depósitos nos bancos, que ao final do expediente, podem ter dinheiro “sobrando” (quando há mais depósitos que saques) ou dinheiro “faltando” (mais saques que depósitos).

O volume de transações é enorme, e se somarmos todas as transações de todos os bancos, esse número fica ainda maior.

Então o Banco Central do Brasil – Bacen, determina que essas instituições devem fechar o dia com o caixa equilibrado a fim de evitar excesso de dinheiro em circulação, que controla a inflação (lembre-se, muito dinheiro circulando, escassez de produtos, alta de preços).

Para ocorrerem essas transações entre os bancos, eles fazem empréstimos entre eles mesmos por meio de uma taxa, denominada SELIC OVERNIGHT.

Já a SELIC que conhecemos, mais famosa, é a SELIC META, estabelecida pelo Comitê de Política Monetária em reuniões periódicas.

Em suma, a grosso modo, quando a inflação (medida pelo IPCA) está controlada, a SELIC pode ser baixada pelo governo e os empréstimos ficam mais baratos.

Entretanto, quando a inflação esta alta, o governo pode subir o valor dos juros (SELIC) tornando empréstimos mais caros, diminuindo o dinheiro em circulação para forçar a baixa de preços.

Inflação e os Juros Abusivos

dinheiro e taxas abusivasDe acordo com o que vimos até aqui, para controlar a inflação o governo faz uso da política monetária, através da taxa básica de juros – SELIC.

Dessa forma, quando o Banco Central identifica a possibilidade de superar a meta de inflação, ele sobe a taxa de juros.

Assim, a taxa de juros torna-se a chave do governo, determinante para controlar o nível de consumo vez que a SELIC influencia os juros de todas as operações da economia.

Outrossim, quando os juros estão elevados, a tendência é que o consumidor compre menos, justamente porque a prestação do seu empréstimo ou financiamento se tornará mais cara.

Quanto maior a procura por determinado produto ou serviço, maior o preço.

Porém o contrário também é verdadeiro.

Quanto menor a procura, maior as chances de queda no valor cobrado.

Mesmo em tempos de SELIC baixa e inflação controlada, contratos bancários como empréstimos, financiamentos de veículos, dívidas com cartões de crédito e cheque especial podem conter armadilhas.

No momento atual de nossa economia, a alta histórica de SELIC chegando na casa dos 13,75%, os juros (que já são enormes) estão ainda mais elevados, o que deve ligar o sinal de alerta nos consumidores para que redobrem a atenção.

De acordo com a Reis Revisional, mais de 90% dos contratos bancários no Brasil possuem algum tipo de abusivo, em especial em relação à taxa de juros.

Felizmente esse problema tem solução.

Conforme determina o Código de Defesa do Consumidor – CDC, cláusulas contratuais que colocam o consumidor em desvantagem podem ser revistas.

No último ano, apenas os quatro maiores bancos no Brasil lucraram juntos cerca de R$ 80 bilhões.

E quem pagou essa conta? O consumidor, claro.

Uma revisão contratual pode reduzir o valor total de um empréstimo ou financiamento em mais da metade do seu valor.

Milhares de pessoas no Brasil já economizaram fazendo a revisão contratual de suas dívidas.

Se você desconfia que pode estar sendo vítima do excesso de juros cobrados por essas instituições, faça a revisão contratual.

Preencha o Cálculo Revisional Gratuito e diga adeus aos juros abusivos.

Economize e realize com a Reis Revisional.

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