Fazer financiamento de longo prazo vale a pena?
Para a maioria das pessoas, adquirir um bem de maior valor como um carro ou uma casa, por exemplo, somente é possível de ser realizado por meio de um empréstimo bancário ou financiamento.
Na verdade, o problema maior não é o financiamento de longo prazo em si, mas sim o pagamento dessa dívida no longo prazo, utilizando-se todo o período para quitar a dívida.
Vamos explicar.
Para que as parcelas possam caber no bolso, existem disponíveis no mercado opções de financiamentos de imóveis em 30 anos ou mais, ou mesmo veículos em 36, 48 ou até mesmo 60 vezes.
Ao efetuar o pagamento desse bem financiado utilizando-se todo o prazo disponível, ao final do período, o valor pago no empréstimo ou financiamento ao credor muitas vezes pode ser maior que o dobro ou até mesmo o triplo do valor do bem adquirido.
Isso acontece porque, conforme dito, as taxas de juros praticadas em nosso país são extremamente altas, o que faz com que, na maioria das vezes, esse empréstimo ou financiamento não se torne compensador.
Então, quitar financiamento antecipado pode ser uma excelente opção para que exista uma diminuição desses juros, reduzindo o valor a ser pago pela dívida e encurtando significativamente o prazo de quitação.
A chave para que isso seja possível de ser realizado esta na amortização do débito.
A amortização funciona da seguinte maneira:
No caso de um imóvel financiado em 30 anos, por exemplo, utilizando-se o sistema SAC de amortização (que é o mais comum para esse tipo de financiamento), as primeiras prestações terão os valores destinados praticamente para o pagamento de juros e taxas, tornando o valor amortizado quase que irrisório em relação ao montante da dívida.
Isso ocorre porque no sistema SAC, o valor da parcela é decrescente, sendo os juros calculados sobre o valor restante da amortização.
Então, ao efetuar o pagamento das prestações mais antigas juntamente com as parcelas atuais, é possível realizar a quitação da dívida pagando bem menos juros e em um prazo bem menor, já que as ultimas prestações contemplam a amortização da dívida de forma mais efetiva, com menos cobrança de juros.
Mas a tarefa não é simples.
Quitar um financiamento de 30 anos em apenas 3, por exemplo, exigiria um tremendo esforço para levantar os valores de pagamento das ultimas parcelas junto com as parcelas atuais, o que nem sempre é uma realidade para a maioria das pessoas.
Para saber mais sobre o sistema SAC de amortização de dívida, acesse a nossa calculadora SAC online.
Quitar financiamento antecipado vale a pena então ?
Responder a essa pergunta exige um pouco mais de análise, principalmente em relação a tabela de amortização utilizada no contrato de financiamento ou empréstimo.
A título de exemplo, o financiamento de veículos comumente é realizado com uso do sistema PRICE de amortização.
Ao contrário do sistema SAC que é mais utilizado em financiamento de imóveis, no sistema PRICE o valor das parcelas são idênticas por todo o período do empréstimo.
Dessa forma, ela será composta uma parte por juros e taxas, e outra parte pela amortização.
Assim, é prudente fazer as contas mediante o cálculo de juros cobrados, pois ao efetuar a quitação antecipada de uma dívida, o financiado deverá ter um bom capital disponível a fim de antecipar as parcelas, ou então, conseguir juntar dinheiro suficiente para obter a amortização do débito.
Para as pessoas que possuem algum dinheiro guardado, deve haver uma comparação dos juros cobrados na dívida com os juros disponíveis no mercado em investimentos, a fim de que se possa entender se é mais compensador fazer a quitação do débito, ou investir o valor e lucrar com os juros pagos na transação.
Isso mesmo, ao investir o seu dinheiro na renda fixa, por exemplo, o valor obtido com o retorno de juros pagos no investimento, em alguns casos, pode ser maior do que os juros cobrados na dívida.
Cada caso é uma situação, e apesar de as taxas de juros serem absurdas em empréstimos e financiamento em nosso país, e apesar de em quase a totalidade dos casos ser mais compensador quitar o débito (ou ao menos amortiza-lo com a antecipação do pagamento das parcelas), é necessário colocar na ponta do lápis todas as situações.
Isso porque nunca sabemos quando vamos precisar do dinheiro, e ao fazer a quitação de um débito, provavelmente o devedor ficará descapitalizado para situações de emergência que possam surgir, como o desemprego ou alguma doença em família.